Um Dia de Cão


Desafio do Seminarista
21/07/11

Hoje foi um dia normal. Ou anormal como todos os outros desta semana. Acordei cedo, escovei os dentes, brinquei com meu cachorro Skiny, preparei meu almoço (uma deliciosa lasanha!) e o lanche para o período da tarde. Tomei banho gelado (numa boa!), me arrumei e fui trabalhar.

No trabalho, dei andamento em alguns processos, abaixando as pilhas que estavam por fazer. Depois criei novas - o serviço no Judiciário nunca acaba. Atendi o público no horário que o pessoal do meu setor chama de "balcão da morte". Acho que devem imaginar por quê. Mas hoje foi pior. Além de muito movimentado (vários ônibus da OAB deviam ter acabado de chegar ao Fórum com uns 536 advogados e estagiários), eu só atendi gente "bacana à beça" pra não dizer outra coisa (na verdade os ônibus não descarregaram passageiros e sim malas sem alça).

Teve uma senhora que, após o término do meu horário na "morte", me segurou ainda uma meia hora, mesmo eu tendo recomendado de forma insistente para que buscasse seu advogado. Depois que ela foi embora, todos os colegas rindo me alertavam: "Olha o princípio da simplicidade, hein!". Aliás agora tudo é o princípio da simplicidade pra eles. Enfim, depois do balcão estava precisando relaxar mesmo - e rir um pouco da situação.

Saindo do trabalho, não resisti e acabei voltando num ônibus de "luxo". Queria voltar pra casa descansando numa poltrona reclinável e, com isso, falhei no desafio. "Tava fácil demais", pensei. Fui ao mercado, comprei algumas coisas que tinham faltado e depois fui pra casa. Subi de escada (agora sim!) e, enquanto me aproximava do meu apartamento, resolvi que só passearia com o Skiny na manhã seguinte, indo dormir mais cedo. Eu tentei pelo menos.

Sabe aquela cara que o cachorro faz quando quer muito algo? O Skiny só faltava falar. Ele olha pra coleira, olha pra mim, olha pra coleira, pula em mim e me lambe. Corre pra perto da coleira de novo e esboça falar algo. Mas, como cachorros não falam, ele pede latindo. Eu percebo que ele esperou o dia inteiro sem sujar nada lá em casa. Logo, digo: "Tá bom, tá bom, quer ir na RUA?". O animal identifica a palavra mágica (que a maioria de nós não quer ouvir nos respectivos locais de trabalho), pula de alegria e, como diria aquela bruxa do desenho do Pica-Pau, "lá vamos nós"!

Enquanto estou passeando com o Skiny, surge uma idéia. Pego a direção contrária, atravesso algumas ruas e chego na casa do meu grande amigo Mateus para uma visita surpresa. Como estou com o Skiny, prefiro ficar na varanda conversando – e exercitando o que escrevi ontem sobre amizade (embora só agora tenha concluído que foi isso que fiz). Conversamos bastante. Falamos sobre o meu desafio, sobre os desafios de ser igreja, sobre a excelente mensagem do ultimo domingo pela manhã. Foi muito bom!

Voltando com o Skiny, por volta de 1h da “madruga”, eu até já havia me esquecido do cansaço! Olhei para o meu cachorro todo feliz, passeando pra caramba naquela noite, e lembrei do quanto Deus tem me ensinado de Sua paternidade para comigo através do meu relacionamento com o Skiny – sim, por mais “viagem” que possa parecer.

“Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? (…) Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?” (Mt 7.9,11)

Agora, me responda: se eu, que não sou pai, consigo me compadecer da necessidade do meu cachorro, que nem é gente, quanto mais você acha que Deus se compadecerá de você? Se eu sei dar boas coisas ao meu cachorro, imagina o quanto nosso Pai não te dará! Ele sabe do que você e eu precisamos, Ele está atento a cada uma de nossas necessidades, Ele não está distante dos Seus filhos! Aleluia! Muitos pais são distantes; dentro ou fora de casa, são ausentes. Mas Deus não! Ele está sempre conosco e nos carrega no colo quando necessário. Ele nos deu o presente mais valioso do mundo: Seu próprio Filho. E nos provê todas as nossas necessidades, todos os dias.

“Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?” (Mt 6.26)

Quem achou que eu estava “viajando” quando falei do Skiny, agora vai achar que Jesus “viajou” quando falou das aves? Sim, galera, Deus ama muito mais você do que pode pensar e, por isso, cuida e continuará cuidando de você! Descanse nisso!

Confira amanhã o sexto dia do Desafio do Seminarista!

Comentários

  1. Mateus Abboud28/07/2011, 23:49

    Eu li e gostei!

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  2. pôxa, que coisa linda! Fiquei emocionada! É até engraçado,mas Deus pode usar tudo(tudo meeesmo) quando quer se comunicar com a gente.

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  3. Bacana o texto!

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  4. Em todas as coisas e em todos os momentos somos guiados pelo Espírito de Deus, assim como o vendo que sopra onde quer, não sabe de onde vem nem para onde vai, devemos ser totalmente abertos ao Senhor em cada segundo dos nossos dias!

    Site da Igreja Apostólica Palavra Viva - Jesus-evangelho

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