O Problema do Conhecimento


Há algum tempo, muitos evangélicos no Brasil, por questões culturais, valorizavam o crente "burro": que não estudava, não lia, fechado na sua capacidade de criticar a si e ao que estava posto, fechado para aprender com o mundo à sua volta, alienado do que não fosse "espiritual". Essa mentalidade já mudou, graças a Deus, e a maioria de nós não tem visto o saber como um demônio, mas como uma ferramenta útil, um meio para chegarmos a lugares no mundo e na vida.

Por outro lado, homens de Deus inteligentes, capacitados intelectualmente, estão diante de duas grandes possibilidades: 1) de serem extremamente sensíveis às demandas de nosso tempo e usados por Deus com autoridade e voz profética (não no sentido de alguns "profetas" de fundo de quintal que infelizmente conhecemos, mas sim que manejam bem a Palavra, a aplicam corretamente em nossos contextos e o fazem cheios do Espírito), e 2) ao confiarem tanto em seus racionalismos e capacidade, deixarem de ser dependentes do Espírito, falando do que está em seus corações simplesmente, e não do que está no coração de Deus, correm o risco de interpretarem a Bíblia à luz de outras ciências (embora utilizar-se de outras ciências tenha seu valor) e de relativizarem tudo que não se enquadra nas suas conjecturas intelectuais.

Como podem ver, de um jeito ou de outro, sempre corremos riscos - ainda que fugindo deles. Faz parte da vida. E do desafio de ser cristão no mundo. E do desafio de ser. Eu não me considero um super intelectualizado, nem pretendo ser, mas gosto de ler, de me informar, de articular conhecimento, de questionar. Só peço a Deus, de todo coração, que eu nunca viaje pra longe Dele, que meu coração continue queimando pela Palavra Dele e que Ele seja o número 1 sempre e eu venha depois - e o meu próximo comigo. Que eu seja uma voz profética nesse tempo, mas na simplicidade, sem alardes, sem presunções, nem arrogâncias. E eu compartilho isso aqui não para mostrar que sou muito espiritual, mas para que outros cristãos estejam igualmente atentos ao perigo dos extremos de uma religião sem Ele - ainda que cheia do nome Dele. Bora refletir e viver a simplicidade e a profundidade do Evangelho? E viver isso no mundo?

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