Ira

"O tolo dá vazão à sua ira, mas o sábio domina-se." (Provérbios 29.11)

Sabe aquela vontade de apertar o pescoço de certa pessoa? E a de dar uma fechada proposital no carro que não se comporta na pista? E a vontade de revidar de forma calculista e planejada a grosseria do cônjuge do dia anterior? E a de falar poucas e boas (geralmente muitas e más) ao colega de trabalho com quem temos dificuldades de relacionamento? Pois bem: todos nós temos. A diferença é o que fazemos com ela.

O apóstolo Paulo, tendo em vista alguns problemas entre irmãos na igreja de Éfeso, escreveu: "Quando vocês ficarem irados, não pequem. Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha, e não dêem lugar ao diabo" (Ef 4.26, 27). Sentir raiva é normal, faz parte da nossa humanidade. E não é propriamente um defeito, pois muitas vezes trata-se de uma revolta justa a situações erradas ou que nos parecem erradas. Contudo devemos ter cuidado para que não justifiquemos nosso erro pelo erro dos outros, um novo pecado pelo pecado dos outros.

Se somos de Deus, precisamos reagir como Jesus reagiu às tentações do Maligno no deserto ou quando foi insultado antes de morrer. Ele sabia que colocaria tudo a perder se cedesse às pressões. Tem horas, queridos, que o melhor é dar a outra face mesmo, é perdoar setenta vezes sete - não foi isto que Cristo nos recomendou? Não se trata de aceitarmos tudo. Claro que não! Mas de não reagirmos na intensidade da "ofensa" que sentimos. Agirmos com sabedoria. E amor mesmo - que é mais do que sentimento. A limitação do outro deve permanecer sendo a limitação do outro, e não desculpa para pecarmos justamente - pois isso não existe.

Uma conversa franca, madura, em momento oportuno, é melhor do que a grosseria devolvida. O perdão é melhor do que levar às últimas consequências a mágoa gerada. E nenhuma destas coisas é sinal de fraqueza. Fraco é quem não pode controlar-se. Se revoltar contra causas nitidamente justas é legítimo e bom - mas qual a melhor maneira de demonstrarmos isso? De que maneira podemos honrar a Cristo através de nossas atitudes para com aqueles - ou naquelas situações - que nos despertam ira? Esse deve ser o nosso sentimento e a nossa atitude, certos do correto a se fazer e de que o Espírito nos capacita em todas as situações.

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