Repeat

"O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará novamente; não há nada novo debaixo do sol.  Haverá algo de que se possa dizer: 'Veja! Isto é novo!'? Não! Já existiu há muito tempo, bem antes da nossa época." (Eclesiastes 1.9‭-‬10)

A história é mais cíclica do que costumamos admitir. Em nossa arrogância, achamos que somos os desbravadores da existência, do saber, e os consumadores do tempo. Costumamos nos comparar sempre: temos de ser os melhores ou os piores em relação aos reles mortais de outras épocas. E, numa escala individual, fazemos o mesmo: consideramos e agimos como se fôssemos o centro do Universo. E o outro continua não sendo muito importante.

O Pregador, um rei no final de sua jornada, conclui que tudo é vaidade. No final das contas, é futilidade atrás de futilidade. Corremos atrás do vento. Tentamos desbravar terras já habitadas por tupi-guaranis. Queremos ser os descobridores de sete mares. Mas somos humanos tanto quanto quaisquer outros. Temos contribuições únicas, claro, mas não inventamos a roda. Há tanto que podemos - e devemos - aprender com a história! E a começar com a história dos nossos pais, avós, tios... A verdadeira sabedoria pode estar na bacia de água quente que sua bisavó preparava.

Há heresias antigas que hoje voltam com força total no meio cristão: pelagianismo, universalismo e, a cada delírio de líderes autocentrados, algum novo ismo. O povo, que perece por falta de conhecimento de Deus, subscreve as "novidades" sem questionar. Sem falar na venda de indulgências que continua a todo vapor - para que inovar, se dá para lucrar? Na política os coronéis ainda estão presentes, ameaçando as massas durante o horário eleitoral, prometendo sacolas de compras através de um programa oficial - sim, a coisa ficou séria. No campo intelectual multiplicam-se sofistas: tanto pseudointelectuais de Facebook quanto treinadores amadores de amadores. Hoje todo mundo tem seus quinze minutos de fama! Mas quem disse que isso não é bom? Não somos piores, nem melhores, mas precisamos entender quem somos - e isso passa por aprendermos com quem fomos.

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