Experiências com Deus (parte 3)


Niterói, 2002

Nessa fase da vida, com 21 anos de idade, eu já fazia Direito na UFF e estava aguardando pra ser chamado no TJERJ, portanto, não trabalhava ainda. Tinha passado por algumas igrejas em Niterói, acompanhando meus pais, e estava num momento de crise na fé. Havia me decepcionado com alguns líderes, questionava a Deus meus traumas e ausências, e pra piorar brigava com meu irmão Leonardo quase todos os dias.

Querendo respostas Dele, O coloquei contra a parede: "Como o Senhor permite tudo isso de ruim na minha vida? Como posso viver dessa forma? Se o Senhor existe mesmo, o Senhor tem que falar comigo de uma maneira muito real, muito convincente, do contrário eu não falarei mais com o Senhor!". Coitado de mim. Achei que nessa queda de braço eu ganharia algo. Achei que Deus estava a meu serviço. Ele me mostrou que não.

Fiquei mais de dois meses sem orar, sem comunhão com Deus. No máximo, resmungava contra Ele - eu estava questionando Sua existência. No fundo, no fundo, sabia que Ele existia. Mas queria bater o pé. Estava revoltado com Ele! Se Ele era Deus, não poderia me deixar sem respostas. Queridos, foi a pior época da minha vida! Comecei a falar mal Dele para amigos. Saí de casa pela manhã várias vezes, avisando que não voltaria enquanto meu irmão não saísse de casa. Aí vagava pelas ruas, deprimido, sem saber o que fazer da minha vida. Numa dessas, minha mãe foi me procurar nas ruas tarde da noite e bateu com o carro. Chorei muito quando cheguei em casa e soube. Graças a Deus não aconteceu nada de pior. Eu estava me tornando minha pior versão em termos de temperamento - embora, pela graça de Deus, não tenha me perdido no mundo.

Após esse tempo, já cansado de lutar, mas teimoso ainda, Deus foi me fazendo lembrar de cada experiência que eu já tinha tido com Ele. E ouvia no meu íntimo assim: "Tem como você negar que era Eu? Será que foi uma experiência emocional ou intelectual apenas?". Eu refleti, refleti e percebi que não poderia negar que era Ele, que Ele era real sim, que eu não podia duvidar disso. E, se Ele era real, era eu quem devia me prostrar e aceitar Seus caminhos - mesmo não compreendendo. Pedi perdão e me rendi. Me senti lavado. Senti uma alegria sobrenatural. Ele é Deus - e isso basta! Minha espiritualidade nunca mais foi a mesma.

Reflexão: Você já desanimou na fé? Já se sentiu fraco espiritualmente? Como se sentiu? O que o ajudou a superar esse momento?

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